Transformar-se
- Letícia Léos
- 18 de abr.
- 1 min de leitura
Atualizado: 19 de abr.

Transformar-se não é, na maioria das vezes, um movimento visível.
É silencioso, lento, às vezes desconfortável. Não tem a estética dos recomeços gloriosos nem a clareza de um ponto de virada evidente.
A transformação real costuma começar de forma sutil: um incômodo que se repete, uma pergunta que não se cala, uma sensação de que algo precisa mudar, mesmo que ainda não se saiba o quê. Pode vir como um esgotamento, um limite que se impõe, ou um desejo que começa a tomar forma.
Não há fórmula para se transformar. Há, sim, um percurso possível. E esse percurso quase sempre envolve olhar para dentro com honestidade, lidar com contradições, revisitar escolhas, enfrentar dores antigas, abrir mão de certezas.
É difícil. Mas é também onde mora a possibilidade de se reorganizar por dentro, de criar outras formas de estar no mundo.
A psicoterapia não entrega respostas prontas. Mas pode ser o espaço onde essas perguntas encontram acolhimento.
Onde a escuta sustenta o que ainda está em elaboração.
Onde o que parecia fixo, aos poucos, pode ganhar movimento.
Transformar-se não é deixar de ser quem se é.
É, muitas vezes, se aproximar mais de si.
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